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Curativos/Lesões Cutâneas

Curativos/Lesões Cutâneas

TRATAMENTO DE FERIDAS, CICATRIZAÇÃO E CURATIVOS
FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO
FERIDAS E CURATIVOS

A pele é o maior órgão do corpo humano, tendo como principais funções: proteção contrainfecções, lesões ou traumas, raios solares e possui importante função no controle da temperaturacorpórea como já vimos em aulas anteriores. A pele é subdividida em derme e epiderme. A epiderme,histologicamente constituída das camadas basal, espinhosa, granulosa, lúcida e córnea é umimportante órgão sensorial. Na derme, encontramos os vasos sanguíneos, linfáticos, folículos pilosos,glândulas sudoríparas e sebáceas, pelos e terminações nervosas, além de células como: fibroblastos,mastócitos, monócitos, macrófagos, plasmócitos entre outros.

            

DE OUTRO ÂNGULO

FERIDAS

As feridas são conseqüência de uma agressão por um agente ao tecido vivo. O tratamento dasferidas vem evoluindo desde 3000 anos A.C., onde as feridas hemorrágicas eram tratadas comcauterização; o uso de torniquete é descrito em 400 A .C.; a sutura é documentada desde o terceiroséculo A.C. Na Idade Média, com o aparecimento da pólvora, os ferimentos tornaram-se mais graves.

O cirurgião francês Ambroise Paré, em 1585 orientou o tratamento das feridas quanto ànecessidade de desbridamento, aproximação das bordas e curativos. Lister, em 1884, introduziu otratamento anti-séptico. No século XX, vimos a evolução da terapêutica com o aparecimento da sulfa eda penicilina.

O QUE É?

A úlcera de pressão pode ser definida como uma lesão de pele causada pela interrupção sangüínea em uma determinada área, que se desenvolve devido a uma pressão aumentada por um período prolongado. Também é conhecida como úlcera de decúbito, escara ou escara de decúbito. O termo escara deve ser utilizado quando se tem uma parte necrótica ou crosta preta na lesão.

COMO SE DESENVOLVE?

A úlcera de pressão se desenvolve quando se tem uma compressão do tecido mole entre uma proeminência óssea e uma superfície dura por um período prolongado. O local mais freqüente para o seu desenvolvimento é na região sacra, calcâneo, nádegas, trocânteres, cotovelos e tronco.

QUAIS AS CAUSAS E FATORES DE RISCO?

São vários os fatores que podem aumentar o risco para o desenvolvimento da úlcera de pressão como: imobilidade, pressões prolongadas, fricção, traumatismos, idade avançada, desnutrição, incontinência urinária e fecal, infecção, deficiência de vitamina, pressão arterial, umidade excessiva, edema.

As úlceras por pressão acometem pacientes acamados e/ou com restrição de movimentos, podendo causar danos incalculáveis em termos de dor, sofrimento, além de contribuir para o aumento dos custos com internações e tratamentos. A existência de uma ferida desorganiza o corpo em sua química e sua emoção, pois impõe ao sujeito uma nova imagem.

A reparação tecidual compreende um processo sistêmico, por isso cabe a equipe multiprofissional que acompanha o paciente desenvolver um conjunto de estratégias que possibilitem identificar caminhos para o alcance dos objetivos. Porém a prevenção ainda é a melhor opção.As ações de enfermagem devem estar associadas à implantação de estratégias de prevenção, que devem dirigidas aos fatores de risco encontrados, o que contribui para obtenção dos resultados esperados.

 ÁREAS MAIS AFETADAS

Definição:


Segundo o National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP), as úlceras por pressão são definidas como: “Áreas de necrose tissular, que tendem a se desenvolver quando o tecido mole é comprimido, entre uma proeminência óssea e uma superfície externa, por um longo período de tempo”.

 Classificação das Úlceras por Pressão Estágio I

            


Pele intacta com hiperemia de uma área localizada. A hiperemia não regride após alívio da pressão, há edema discreto. Neste tipo de úlcera observa-se a cicatrização espontânea se forem realizadas as ações preventivas tais como mudança de decúbito, posicionamento do paciente etc

Atenção – áreas avermelhadas não devem ser massageadas, para não aumentar a área já lesionada.

Manter colchão piramidal (caixa de ovo) sobre o colchão da cama do paciente.
Mudar sempre o paciente acamado de posição.
Colocar travesseiros macios embaixo dos tornozelos para elevar os calcanhares.
Colocar o paciente sentado em poltrona macia, ou revestida com colchão piramidal, várias vezes ao dia.
Quando sentado mudar as pernas de posição, alternando as áreas de apoio.
Manter alimentação rica em vitaminas e proteína.
Manter hidratação.
Trocar fraldas a cada três horas, mantendo paciente limpo e seco..
Hidratar a pele com óleos e/ou cremes a base de vegetais
Utilizar sabonetes com pH neutro para realizar a limpeza da região genital.
Estar atento para o aparecimento de candidíase e outras infecções por fungos. Nesses casos, procurar o médico.
Aplicação de filme transparente e/ou cremes ou loções a base de AGE nas áreas de risco aumentado para lesões
Realizar massagem suave na pele sadia, em áreas potenciais de pressão, com loção umectante e suave.
Manter a limpeza das roupas de cama, bem como mantê-las seca e bem esticadas.
NÃO utilizar lâmpada de calor sobre a pele, pois estimulam o ressecamento da mesma.

PREVENÇÃO

    

 

 ESTAS DEVEM SER DE 3 EM 3 HORAS E DEPENDENDO DO CASO 2 EM 2 HORAS

 COMO TRATAR?

O tratamento da ferida consiste em limpeza da lesão com jato de soro fisiológico, preferencialmente morno. O jato é conseguido perfurando-se o frasco de soro com uma agulha 40X12 ou 30X8. Este jato tem a propriedade de limpar a ferida sem destruir o que o próprio organismo vem reconstruindo.

Se há presença de escaras (crosta preta e endurecida) sobre a lesão, esta deverá ser retirada por um profissional médico ou enfermeiro especializado.

Existem vários produtos, chamados de “novas tecnologias” para auxiliar no tratamento das úlceras de pressão. A indicação fica a critério médico ou de enfermeira especializada. Os resultados são bastante eficazes.

 Estágio II


Perda da integridade da epiderme, com comprometimento da derme. Úlcera superficial com leito vermelho pálida, sem esfacelo (tecido desvitalizado). Pode ainda apresentar-se como bolha intacta (exsudato seroso), ou aberta rompida

     

      

 

  Estágio III

Comprometimento até o tecido subcutâneo que  fica visível, sem exposição óssea, tendão ou músculo. Pode haver esfacelo, incluindo descolamento da pele e tuneilização( formação de túneis relacionados com a profundidade).

     

 Estágio IV


Comprometimento com perda total de tecido com exposição, de músculo ou tendão. Pode haver esfacelo, ou escara(tecido morto de cor preta com textura seca semelhante a couro). Este tipo de ferida frequentemente inclui descolamentos e túneis. Pode afetar músculos e estruturas de suporte como fáscia, tendão ou cápsula articular, levando ao aparecimento de uma osteomielite.

    

   

  FERIDA: é toda solução de continuidade na superfície interna ou externa do organismo, podendo ser de dois tipos:

-         ferida não cirúrgica: é a decorrente de doenças, traumatismos, etc.;

-         ferida cirúrgica: é a realizada pelo cirurgião por meio de instrumentos especializados. As feridas poderão sangrar, infectar-se, podendo provocar saída ou retenção de secreção (purulenta, serosa), deiscência dos pontos, aumento da extensão e/ou profundidade da ferida.

 2 – FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE ÚLCERA POR PRESSÃO


Fatores Externos
1- Pressão contínua: quando em área de lesão ou proeminência óssea ocorre pressão excessiva ou contínua, a irrigação sanguínea torna-se prejudicada, dificultando a irrigação no local da lesão.
2- Cisalhamento: ocorre quando o paciente desliza na cama; o esqueleto e os tecidosmais próximos se movimentam, mas a pele das nádegas permanece imóvel. Um dos piores hábitos é o de apoiar as costas na cabeceira da cama, que favorece o deslizamento, causando dobras na pele (cisalhamento)

3- Fricção: ocorre quando duas superfícies são esfregadas uma contra a outra. A causa mais comum é “arrastar” o paciente ao invés de levantá- lo. A umidade piora os efeitos da Fricção.

4- Umidade: é importante diminuir a exposição da pele a umidade excessiva, paraque não haja rompimento da epiderme.

Fatores Internos
1- Idade Avançada: o idoso é mais susceptível às lesões e ao retardo das fases de cicatrização devido à deficiência nutricional, ao comprometimento imunológico, circulatório e respiratório, ao ressecamento da pele e fragilidade capilar. Outras características da idade que aumentam à suscetibilidade às lesões são: a produção de
vitamina D, a resposta inflamatória, a síntese de colágeno, a angiogênese, a velocidade de cicatrização e a diminuição da espessura da derme.

2- Doenças concomitantes: Hipertensão Arterial Severa (HAS), Diabetes Mellitus
(DM), hepatopatias, nefropatias, problemas vasculares e neoplasias retardam ou
impedem a evolução do processo de cicatrização.

3- Condições nutricionais: são os nutrientes que fornecem o substrato necessário para o organismo realizar o processo reconstrutivo e para fazer frente às infecções. A deficiência de alguns nutrientes compromete diretamente no processo cicatricial. O paciente deve ser acompanhado com exames laboratoriais e dados antropométricos.

4- Drogas sistêmicas: corticóides, agentes citotóxicos, penicilina, entre outras inibem o processo de cicatrização.

5- Mobilidade reduzida ou ausente: clientes com diminuição da capacidade de mudar de posição de forma independente devem ter a pressão local aliviada pela mudança de decúbito.

 3 - IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RISCO PARA ÚLCERA POR PRESSÃO


Identificação do Cliente em Risco

O cliente em risco de desenvolver úlcera por pressão é identificado pelo enfermeiro utilizando 5 fatores escolhidos por enfermeiros da internação e denominados “5 is” .
- “5 is”: Fatores escolhidos para a Identificação do Cliente em Risco de Desenvolvimento de Úlcera por
Pressão.

Avaliação de Risco para Úlcera por Pressão

A Escala de BRADEN é um instrumento de avaliação de risco para o desenvolvimento de úlcera por pressão. Esta escala apresenta uma sensibilidade maior e é mais específica, oferecendo maior eficiência na avaliação.

Sendo recomendada pela EPUAPEuropean Pressure Ulcer Advisory Panel(1997). O grau de escores tem valores entre 4 e 23. O escore de 16-23 indica pequeno risco para desenvolvimento de úlcera por pressão; de 11-15, observa-se um moderado risco e de 6-10 considera-se um elevado risco.

A avaliação inicial deve ser na admissão do cliente. Após sua aplicação e somatório dos pontos o cliente é classificado quanto ao risco para aparecimento das lesões. São analisados os fatores de risco associados e medidas específicas de prevenção são implantadas.

Avaliação de Risco para Úlcera por Pressão
A Escala de BRADEN é um instrumento de avaliação de risco para o desenvolvimento de úlcera por pressão. Esta escala apresenta uma sensibilidade maior e é mais específica, oferecendo maior eficiência na avaliação. Sendo recomendada pela EPUAPEuropean Pressure Ulcer Advisory Panel(1997)

. O grau de escores tem valores entre 4 e 23. O escore de 16-23 indica pequeno risco para desenvolvimento de úlcera por pressão; de 11-15, observa-se um moderado risco e de 6-10 considera-se um elevado risco.

A avaliação inicial deve ser na admissão do cliente. Após sua aplicação e somatório dos pontos o cliente é classificado quanto ao risco para aparecimento das lesões. São analisados os fatores de risco associados e medidas específicas de prevenção são implantadas.

 

Escalas Preditivas para Ulcera de Pressao

 

A Estado Fisico
B Estado Mental
B Estado Mental
D Mobilidade
E Incontinência
4 - Bom
4 - Alerta
4 - Ambulante
4 - Total
4 - Nao
3 - Razoavel
3 - Apatico
3 - Caminhada com ajuda limitada
3 - Ligeiramente
3 - Ocasionalmente
2 - Ruim
2 - Confuso
2 - Preso a cadeira
2 - Muito Limitada
2 - Habitualmente
1 - Muito Ruim
1 - Estupor
1 - Preso a Cama
1 - Imovel
1 - Dupla
 
 

 

Escala dESCALA DE BRADEN o portugues por Paranhos e Santos (2000).

 

Percepcao Sensorial: Capacidade de reagir a pressao relacionada ao descorto.
1- totalmente limitado; nao reage (nao geme, nao se esquiva ou agarra-se) a estimulo doloroso devido a diminuicao do nivel de consciencia ou sedacao, ou capacidade ilimitada de sentir dor na maior parte do corpo.
2 - Muito Limitado: Somente reage a estimulos dolorosos, nao e capaz de comunicar o desconforto exceto por gemidos ou agitacao. Ou possui alguma deficiencia sensorial que limita a capacidade de sentir dor ou desconforto em mais da metade do corpo
3 - Levemente limitado: Responde a comando verbal, mas nem sempre e capaz de comunicar o desconforto ou necessidade de ser mudado de posicao ou tem um certo grau de deficiencia sensorial que limita a sua capacidade de sentir desconforto em uma ou duas extremidades.
4 - nenhuma limitacao; Responde a comandos verbais, nao tem deficit sensorial que limitariam a capacidade de andar ou verbalizar dor ou desconforto
Umidade:Nivel ao qual a pele esta exposta a umidade
1 - completamente molhado: A pele e mantida molhada quase constantemente por transpiracao, urina etc. Umidade e detectadas aos movimentar do paciente.
2 - Muito molhado;   A pele esta frequentemente mas nem sempre molhada. A roupa de cama precisa ser trocada pelo menos uma vez por turno
3 - Ocasionalmente molhado:  A pele fica ocasionalmente molhada, requerendo uma troca de extra de roupa de cama por dia.
4 - Raramente molhada a pele esta geralmente esta seca a troca de cama e necessaria somente nos horarios de rotina.
Atividade: Grau de atividade fisica
1 - Acamado: confinado a cama.
2 - Confinado a cadeira: Capacidade de andar esta severamente limitada ou inexistente. Nao e capaz de sustentar o proprio peso e/ou precisa ser ajudado para sentar
3 - Caminhada ocasionalmente, anda ocasionalmente durante o dia embora distancias bem muito curtas com ou sem ajuda passa a maior parte do tempo na cama ou na cadeira
4 - Anda frequentemente Anda frequentemente fora do quarto pelo menos duas vezes por dia e dentro do quarto pelo menos a cada duas horas quando esta acordado.
Mobilidade: capacidade de mudar e controlar a posicao do corpo
1 - Totalmente imovel: Nao faz nem mesmo pequena mudancas ocasionais na posicao do corpo ou extremidades sem ajuda
2 - Bastante limitado:  Faz pequenas mudancas ocasionais na posicao do corpo ou extremidades mas e incapaz de fazer mudancas frequentes ou significativas na posicao do corpo ou extremidades.
3 - Levemente limitado: Faz frequentes, embora pequenas mudancas na posicao do corpo ou das extremidades, sem ajuda
4 - Nao apresenta limitacao:  Faz importantes mudancas e frequentes na posicao sem auxilio.
Nutricao: Pedido usual de consumo alimentar
Muito Pobre, nunca come uma refeicao completa, raramente come 1/3 do alimento oferecido. Come 2 porcoes ou menos de proteinas (carne ou laticineos) por dia. Ingere pouco liquido. Ou e mantido em jejum e/ou mantido com dieta liquida ou hidratacao IV por mais de 5 dias.
2 - Provavelmente inadequado: Raramente come uma refeicao completa e raramente come uma refeicao completa e geralmente come cerca metade do alimento oferecido. Ingestao de proteinas inclui somente porcoes de carne e laticinios por dia. Ocasionalmente aceitara um suplemento alimentar. Ou recebe abaixo da quantidade satisfatoria de dieta liquida ou alimentacao por sonda
Adequado: come mais da metade da mioria das refeicoes. Come um total de 4 porcoes de alimentos rico em proteina (carne ou laticinio) todo dia. Ocasionalmente recusara uma refeicao, mas geralmente aceitara um suplemento alimentar e alimentado por sonda ou regime de nutricao parenteral total, o que provavelmente satisfaz a maior parte das necessidades nutricionais.
- Excelente: come maior parte de cada refeicao. Nunca recusa uma refeicao. Geralmente ingere um total de 4 ou mais porcoes de carne e laticinios. Geralmente come entre as refeicoes. Nao necessita de suplemento alimentar
Friccao e Cisalhamento
1 - Problema: requer assistencia moderada ou maxima para mover. E impossivel levanta-lo ou ergue-lo completamente com que aja atrito da pele com os lencois. Frequentemente escorrega na cama ou cadeira necessitando a frequentes ajustes de posicao com o maximo de assistencia. Espascilicidade, contratura ou agitacao leva a quase somente friccao.
2 - Problema em potencial: move-se sem vigor ou requer minima assitencia. Durante o movimento provavelmente ocorre um certo atrito da pele com o lencol, cadeira e outros. Na maior parte do tempo mantem posicao relativamente boa na cama ou cadeira mas ocasionalmente escorrega.
3 - Nenhum problema: Move-se sozinho na cama  ou cadeira e tem forca muscular suficiente para erguer se o corpo completamente durante o moviemento. Sempre mantera boa posicao na cama ou cadeira.
XXXXXX

  CURATIVO

É todo material colocado diretamente sobre uma lesão a fim de prevenir uma contaminação. Portanto, as finalidades do tratamento das feridas são:

-         evitar a contaminação das feridas limpas;

-         reduzir a infecção das lesões contaminadas;

-         facilitar a cicatrização

-         remover as secreções

-         promover a hemostasia

-         facilitar a drenagem

-         proteger a ferida

-         aliviar a dor

CICATRIZAÇÃO

É a transformação do tecido de granulação em tecido cicatricial, sendo a cicatriz a etapa final do processo curativo da ferida.

A cicatrização ocorre de duas formas:

-         por primeira intenção: é quando se aproximam as superfícies da ferida por sutura, fita adesiva ou outros mecanismos;

-         por segunda intenção ou granulação: é quando não acontece aproximação de superfícies, e nesse espaço proliferam as granulações, que, por sua vez, serão recobertas pelo epitélio.

Os fatores que afetam a cicatrização normal são:

-         nível nutricional: a diminuição dos elementos protéicos, vitamina C e desidratação são os principais causadores do retardo da cicatrização;

-         condições de vascularização: como o sangue fornece os elementos cicatrizantes, quanto melhor a circulação, mais eficiente será a cicatrização.

-         Idade: ocorre um retardo nos idosos;

-         Edema: por dificultar a união das extremidades da ferida e diminuir a vascularização local

-         Administração de drogas que mascaram a presença de infecção.

-         Administração de drogas anticoagulantes

-         Técnica de curativo: provocada pela troca insuficiente, falhas de técnica asséptica, curativo apertado e outros.

-         Alteração da taxa de glicose sanguinea.

 CURATIVOS

-         fechado ou bandagem: sobre a ferida é colocada gaze, pasta ou compressa, fixando-se com esparadrapo ou atadura de crepe.

Nas feridas com infecção nas cavidades ou fistulas, pode-se irrigar soro fisiológico ou antisseptico com auxilio de uma seringa;

-         aberto: recomendado nas incisões limpas e secas, deixando-se a ferida exposta;

-         compressivo: indicado para estancar hemorragia ou vedar uma incisão.

 VANTAGENS E INDICAÇÕES PARA CADA TIPO DE CURATIVO

-         curativo fechado

Absorver a drenagem de secreções;

Proteger o ferimento das lesões mecânicas

Promover hemostasia, através de curativo compressivo;

Impedir contaminação do ferimento por fezes, vomito, urina;

Promover o conforto psicológico do paciente;

-         curativo aberto

Eliminar as condições necessárias para o crescimento de microrganismos (calor, umidade, ausência de luz solar etc).

Permitir melhor observação e detecção precoce de dificuldades no processo de cicatrização;

Facilitar a limpeza;

Evitar reações alérgicas ao esparadrapo;

Ser mais barato.

 TIPOS DE CURATIVOS

ÁCIDO LINOLEICO-AGE

O ácido linolênico é vital para a função de barreira , é o maior componente lipídico no extrato córneo normal gorduroso;

É vital para a resistência à água, pois é o maior constituinte da barreira epidérmica (60%).

É o único que tem capacidade de reverter ou reparar a função de barreira da pele onde a deficiência dietética não está envolvida.

Estes tem grande ação na aceleração do processo de cicatrização pois auxiliam a quimiotaxia e diapedese dos leucócitos.

É indicado: para lesões abertas não intactas, e profilaxia das ulceras de pressão.

Modo de usar:

Aplicar no local afetado utilizando uma gaze;

Trocar a cada 12 à 24 horas

 ALOE VERA – BABOSA

Trata-se de curativo não aderente com aloe Vera. É empregado como gaze não aderente.

Pode ser utilizado in natura.

É indicado: queimaduras de primeiro e segundo grau, ulcerações refratárias, dermatite de contato periostomia.

Modo de usar:

Freqüência de troca 12 à 24 horas.

 SULFADIAZINA DE PRATA

É uma pomada hidrofílica, composta por sulfadiazina de prata a 1%.

Pode ser associada: nitrato de cério, acido hialurônico.

Mecanismo de ação:

Prata: confere características bactericidas imediatas e bacteriostáticas residuais, provoca precipitação protéica e age diretamente na membrana citoplasmática bacteriana.

Modo de usar:

Freqüência de troca é recomendada a cada 12 horas.

 HIDROGEL

Composição: carboximetilcelulose + propilenoglico + água (70 a 90%)

Ação: debridamento autolitico/ remove crostas e tecidos desvitalizados em feridas abertas.

Forma de apresentação: Amorfo e placa

 HIDROCOLÓIDE

Composição: carboximetilcelulose + gelatina + pectina.

Forma de apresentação: amorfo e placa

Ação: é hidrofílico, absorve o exsudato da ferida, formando um gel viscoso e coloidal que irá manter a umidade da ferida.

PAPAÍNA

Composição: enzima proteolítica. São encontradas nas folhas, caules e frutos da planta Carica Papaya.

Forma de apresentação: pó, gel e pasta.

Atuação: desbridante (enzimático) não traumática, anti-inflamatória, bactericida, estimula a força tensil das cicatrizes, pH ótimo de 3 – 12, atua apenas em tecidos lesados, devido a anti-protease plasmática (alfa anti-tripsina).

Observações: diluições: 10% para necrose, 4 a 6% para exsudato purulento e 2% para uso em tecido de granulação.

Cuidados no armazenamento (fotossensível) e substancias oxidantes (ferro/iodo/oxigênio), manter em geladeira.

 FIBRINOLISINA

Composição: fibrinolisina (plasma bovino) e desoxorribonuclease (pâncreas bovino).

Forma de apresentação: pomada

Ação: através da dissolução do exsudato e dos tecidos necróticos, pela ação lítica da fibrinolisina e do ácido desoxorribonucleico e da enzima desoxorribonuclease.

Observações: monitorar a sensibilidade do paciente.

 ALGINATO DE CÁLCIO E SÓDIO

Composição: 80% íon cálcio + 20% íon sódio + ácidos gulurônico e manurônico (derivados de algas marinhas).

Forma de apresentação: cordão e placa

Ação: hemostasia, debridamento osmótico, grande absorção de exsudato, umidade (formação de gel).

 AÇÚCAR

Composição: sacarose

Forma de apresentação: em granulos

Ação: efeito bactericida, proporcionado pelo efeito osmótico, na membrana e parede celular bacteriana.

Observação: é necessário troca de 2/2 horas para manter a sua ação, feridas com necrose de coagulação, queimaduras, pacientes obesos, desnutridos e com idade avançada.

 FILMES TRANSPARENTES

Composição: filme de Poliuretano, aderente (adesivo), transparente, elástico e semi-permeável.

Ação: umidade, permeabilidade seletiva, impermeável a fluidos.

Observação: pode ser utilizado como cobertura secundária. Trocar até 7 dias.

 HIDROPOLÍMERO

Composição: almofada de espuma composta de camadas sobrepostas de não tecido e revestida por poliuretano.

Indicação: feridas abertas não infectadas com baixa ou moderada exsudação.

Contra-indicação: feridas infectadas e com grande quantidade de exsudação.

Observação: uso de talco para aumentar poder de adesividade.

 GAZE DE ACETATO IMPREGNADA COM PETROLATUM (ADAPTIC)

Composição: tela de acetato de celulose, impregnada com emulsão de petrolatum, hidrossolúvel.

Ação: proporciona a não aderência da ferida.

Indicação: áreas doadoras e receptoras de enxerto, abrasões e lacerações.

Contra-indicação: alergia

 CARVÃO ATIVADO E PRATA

Composição: carvão ativado com prata à 0,15%, envolto por não tecido de nylon poroso, selado nas quatro bordas.

Ação: absorve exsudato, absorve os microorganismos, filtra odor, bactericida (prata).

Indicações: feridas fétidas, infectadas ou com grande quantidade de exudato.

Contra indicações: feridas com exposição ósteo-tendinosas, em assistidos/clientes que apresentem hipersensibilidade ao náilon.

Observação: não pode ser cortado

Pode ser associado a outros produtos, como: alginato de cálcio e sódio.

Freqüência de troca segundo a saturação, em média com 48 a 72 horas.

 ÁCIDO GRAXO ESSENCIAL (AGE)

Composição: óleo vegetal composto por ácidos linoleico, caprílico, cáprico, vitaminas A, E e lecitina de soja.

Ação: quimiotaxia leucocitária, angiogênese, umidade, gactericida.

Indicação: prevenção e tratamento de ulceras, tratamento de feridas abertas.

Contra-indicação: alergia

Observação: pode ser associado a outras coberturas.

 PRODUTOS DERIVADOS DO IODO

Composição: Polivinil-pirrolidona-iodo (PVPI)

Ação: penetra na parede celular alterando a síntese do ácido nucléico, através da oxidação.

Indicação: antissepsia de pele e mucosas peri-cateteres.

Contra-indicação: feridas abertas de qualquer etiologia.

Observações: é neutralizado na presença de matéria orgânica, em lesões abertas altera o processo de cicatrização (citotóxico para fibroblasto, macrófago e neutrófilo) e reduz a forca tensil do tecido.

 CLOREXIDINA

Composição: Di-glucanato de clorexidina

Ação: atividade germicida por destruição de membrana citoplasmática bacteriana.

Indicação: antissepsia de pele e mucosa peri-cateteres.

Contra-indicação: feridas abertas de qualquer etiologia.

Observações: a atividade germicida se mantém mesmo na presença de matéria orgânica, citotóxico, reduz a força tensil tecidual.

 PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO (ÁGUA OXIGENADA)

Composição: Peróxido de hidrogênio à 3%.

Ação: bactericida limitado

Indicação: não existe para ferida

Contra-indicação: inapropriada para uso como antisséptico.

Observações: citotóxico, colapso da ferida por formação de bolhas de ar.

Tratar de uma lesão, não significa apenas aplicar um produto ou substância, significa cuidar de um ser único, que possui suas peculiaridades e devem ser respeitadas na hora de escolher a forma de tratamento e a técnica de curativo. As técnicas de curativos são procedimentos assépticos que vão desde a irrigação com solução fisiológica até a cobertura específica que auxiliarão no processo de cicatrização. A enfermagem deve ser bastante criteriosa, quanto aos medicamentos nas lesões e nas técnicas de curativos corretas, sem contaminações, pois podem interferir de uma forma positiva ou negativa na cicatrização.

Tipos de Curativos: O Tipo de curativo a ser realizado varia de acordo com a natureza, a localização e o tamanho da ferida.

Em alguns casos é necessária uma compressão, em outros lavagem exaustiva com solução fisiológica e outros exigem imobilização com ataduras.

Nos curativos em orifícios de drenagem de fístulas entéricas a proteção da pele sã em torno da lesão é o objetivo principal. Curativo semi-oclusivo:

Este tipo de curativo é absorvente ,e comumente utilizado em feridas cirúrgicas, drenos, feridas exsudativas, absorvendo o exsudato e isolando-o da pele adjacente saudável.

Curativo oclusivo: não permite a entrada de ar ou fluídos, atua como barreira mecânica, impede a perda de fluídos, promove isolamento térmico, veda a ferida, a fim de impedir efízema,e formação de crosta. Curativo compressivo:

Utilizado para reduzir o fluxo sangüíneo, promover a estase e ajudar na aproximação das extremidades da lesão. Curativos abertos:

São realizados em ferimentos que não há necessidade de serem ocluídos. Feridas cirúrgicas limpas após 24 horas, cortes pequenos, suturas, escoriações, etc são exemplos deste tipo de curativo. Classificação do Curativo de acordo com o Tamanho da Ferida:

Curativo pequeno: curativo realizado em ferida pequena: aproximadamente 16 cm2. (ex: cateteres venosos e arteriais, cicatrização de coto umbilical, fístulas anais, flebotomias e/ou subclávia/jugular, hemorroidectomia, pequenas incisões, traqueotomia. Cateter de diálise e intermitente).

Curativo Médio: curativo realizado em ferida média, variando de 16,5 a 36 cm2. (ex: Cesáreas infectadas, incisões de dreno, lesões cutâneas, abscessos drenados, escaras infectadas, outros especificar).

Curativo grande: curativo realizado em ferida grande, variando de 36,5 a 80 cm2. (ex: Incisões contaminadas, grandes cirurgias – incisões extensas (cirurgia torácica, cardíaca), queimaduras (área e grau), toracotomia com drenagem, úlceras infectadas, Outros).

Curativo Extra Grande: curativo realizado em ferida grande, com mais de 80 cm2 (ex: Todas as ocorrências de curativos extragrandes deverão obrigatoriamente constar de justificativa médica).

Técnica de Curativo: Normas Gerais:

• Lavar as mãos antes e após cada curativo, mesmo que seja em um mesmo paciente;

• Verificar data de esterilização nos pacotes utilizados para o curativo (validade usual 7 • dias); • Expor a ferida e o material o mínimo de tempo possível;

• Utilizar sempre material esterilizado; • Se as gazes estiverem aderidas na ferida, umedecê-las antes de retirá-las;

• Não falar e não tossir sobre a ferida e ao manusear material estéril;

• Considerar contaminado qualquer material que toque sobre locais não esterilizados;

• Usar luvas de procedimentos em todos os curativos, fazendo-os com pinças (técnica • asséptica); • Utilizar luvas estéreis em curativos de cavidades ou quando houver necessidade de • contato direto com a ferida ou com o material que irá entrar em contato com a ferida;

• Se houver mais de uma ferida, iniciar pela menos contaminada; Nunca abrir e trocar • curativo de ferida limpa ao mesmo tempo em que troca de ferida contaminada; • Quando uma mesma pessoa for trocar vários curativos no mesmo paciente, deve iniciar pelos de incisão limpa e fechada, seguindo-se de ferida aberta não infectada, drenos e por último as colostomias e fístulas em geral;

• Ao embeber a gaze com soluções manter a ponta da pinça voltada para baixo; • Ao aplicar ataduras, fazê-lo no sentido da circulação venosa, com o membro apoiado, • tendo o cuidado de não apertar em demasia.

• Os curativos devem ser realizados no leito com toda técnica asséptica;

• Nunca colocar o material sobre a cama do paciente e sim sobre a mesa auxiliar, ou • carrinho de curativo. O mesmo deve sofrer desinfecção após cada uso;

• Todo curativo deve ser realizado com a seguinte paramentação: luva, máscara e óculos. Em caso de curativos de grande porte e curativos infectados (escaras infectadas com áreas extensas, lesões em membros inferiores, e ferida cirúrgica infectada) usar também o capote como paramentação; Quando o curativo for oclusivo deve-se anotar no esparadrapo a data, a hora e o nome de quem realizou o curativo. Cuidados importantes:

• Em portadores de ostomias e fístulas utilizar placa protetora e TCM na proteção da pele nas áreas adjacentes à ferida;

• Não comprimir demasiadamente com ataduras e esparadrapos o local da ferida a fim de garantir boa circulação;

• As compressas e ataduras deverão ser colocadas em saco plástico protegidos e jogar no hamper de roupa do paciente. Quando este material estiver com grande quantidade de secreção, deve-se colocar em saco plástico e desprezar;

• Trocar os curativos úmidos quantas vezes forem necessárias, o mesmo procedimento deve ser adotado para a roupa de cama, com secreção do curativo;

• Quando o curativo da ferida for removido, a ferida deve ser inspecionada quanto a sinais flogísticos. Se houver presença de sinais de infecção (calor, rubor, hiperemia, secreção) comunicar o S.C.I.H. e / ou a supervisora e anotar no prontuário, colher material para cultura conforme técnica;

• O curativo deve ser feito após o banho do paciente, fora do horário das refeições; • O curativo não deve ser realizado em horário de limpeza do ambiente, o ideal é após a limpeza;

• Em feridas em fase de granulação realizar a limpeza do interior da ferida com soro • fisiológico em jatos, não esfregar o leito da ferida para não lesar o tecido em formação.

• Os drenos devem ser de tamanho que permitam a sua permanência na posição vertical, livre de dobras e curva; • Mobilizar dreno conforme prescrição médica;

• Em úlceras venosas e neuropatias diabética (pé diabético) manter membro enfaixado e aquecido com algodão ortopédico;

• Em úlceras arteriais, manter membro elevado. Antes de Iniciar o Curativo, deve-se Realizar: • Avaliação do estado do paciente, principalmente os fatores que interferem na cicatrização, fatores causais, risco de infecção;

• Avaliação do curativo a ser realizado, considerando-os em função do tipo de ferida; • Orientação do paciente sobre o procedimento;

• Preparo do ambiente (colocar biombos quando necessário, deixar espaço na mesa de • cabeceira para colocar o material a ser utilizado, fechar janelas muito próximas, disponibilizar lençol ou toalha para proteger o leito e as vestes do paciente quando houver possibilidade de que as soluções escorram para áreas adjacentes);

• Preparar o material e lavar as mãos; Após estes preparativos, podemos iniciar o curativo propriamente dito (remoção, limpeza, tratamento, proteção). Após a realização do curativo proceder a: • Recomposição do paciente;

• Recomposição do ambiente;

• Destinação dos materiais (colocar em sacos no carrinho de curativos encaminhando à C.M.E. o mais rápido possível, ou de acordo com as rotinas do Setor);

• Lavar as mãos; Evolução: Registro do procedimento incluindo avaliação da ferida; Após cada curativo devem ser anotadas no prontuário do paciente as seguintes informações sobre a lesão: • Localização anatômica; • Tamanho e profundidade;

• Tipo de Tecido •

Presença de secreção / exsudato (quantidade, aspecto, odor);

• Bordas e Pele peri-ulceral;

• Presença de crosta;

• Presença de calor, rubor, hiperemia e edema. Observações: A evolução do curativo, bem como os materiais gastos deverão ser anotados ao término de cada curativo, evitando assim erros e esquecimentos de anotações; Se houver mais de um curativo em um mesmo paciente anotar as informações separadas para cada um deles citando a localização do mesmo. Lembre-se de:

• Evitar falar no momento da realização do procedimento e orientar o paciente para que faça o mesmo; • Fazer a limpeza com jatos de SF 0,9% sempre que a lesão estiver com tecido de • granulação vermelho vivo (para evitar o atrito da gaze);

• A troca do curativo será prescrita de acordo com a avaliação diária da ferida; • Proceder a desinfecção da bandeja, carrinho, ou mesa auxiliar após a execução de cada curativo, com solução de álcool a 70%; • Manter o Soro Fisiológico 0,9 % dentro do frasco de origem (125 ml);

• Desprezar o restante em caso de sobra; • O T.C.M. deve ser distribuído em frascos pequenos estéreis, (individuais);

• Realizar os curativos contaminados com S. F. 0,9 % aquecido (morno).

Principais Erros Cometidos ao se Fazer um Curativo:

• Usar curativo em feridas totalmente cicatrizadas;

• Cobrir o curativo com excesso de esparadrapo;

• Trocar o curativo em excesso em feridas secas;

• Demorar a trocar o curativo de feridas secretantes;

• Esquecer de fazer as anotações ou não faze-las corretamente;

• Não lavar as mãos entre um curativo e outro;

• Conversar durante o procedimento;

• Misturar material de um curativo e outro, em um mesmo paciente;

• Não fazer desinfecção do carrinho de um curativo para outro.

 
 
 
 
 
LESÇOES CORTO CONTUSSO
 
 
 
 

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